Polêmicas
da Educação Escolar das Pessoas com Surdez
Ana Lice Vicente de Meneses
Durante vários anos a educação das pessoas com surdez vem
enfrentando embates de todas as formas que tem ocupado lugar de
destaque nas discussões e ações desenvolvidas a favor da educação
destas pessoas, colocando a responsabilidade do sucesso ou do
fracasso escolar embasado na adoção de uma ou de outra concepção
com suas práticas pedagógicas específicas. Enquanto as discussões
permanecem como eixo central em aceitar uma língua ou outra, as
pessoas com surdez ficam com o seu potencial individual desenvolvido,
tornando-se secundárias e fora dos contextos das relações sociais
as quais estão inseridas, fazendo parte de uma minoria com pouca
aceitação e em uma condição de forma excludente.
O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar
sendo centrado no uso dessa ou naquela língua como permanece até
agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso
escolar não está centrado somente nessa questão, mas também na
qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas. Faz-se
necessário construir um campo de comunicação e interação amplo,
entre pessoas com surdez e ouvintes possibilitando que as línguas
tenham o seu lugar de destaque, mas que não sejam o centro de tudo o
que acontece do desenvolvimento deste processo. Portanto é de
fundamentam importância discutir que, mais do que uma língua, as
pessoas com surdez precisam de ambientes educacionais estimuladores
que as levem a desafiarem o próprio pensamento e exercitem a
capacidade de perceber e de aprender.
O Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, que determina o direito de
uma educação que garanta a formação educacional da pessoa com
surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa,
preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de
instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma
simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento
de todo o processo educativo. Onde o Atendimento Educacional
Especializado para Pessoas com Surdez, por meio da Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, disponibiliza
serviços e recurso e tem como função organizar o trabalho
complementar para a classe comum, com vistas à autonomia e a
independência social, afetiva, cognitiva e linguística da pessoa
com surdez na escola e fora dela e que faça parte de uma educação
em um espaço bilíngue.
O Atendimento Educacional Especializado para Alunos com Surdez está
dividido em três momentos didáticos pedagógicos que são :
Atendimento Educacional Especializado em libras, Atendimento
Educacional Especializado para o Ensino de Libras e Atendimento
Educacional Especializado para o Ensino da Língua Portuguesa.
O estudo sistemático de Libras e Língua Portuguesa escrita não só
é complemento necessário ao bom desempenho escolar do aluno com
surdez, como também é garantia da sua inclusão em escola comum.
Para assegurarmos a aprendizagem significativa em prol das pessoas
com surdez na escola comum, precisamos romper com os vários
empecilhos, que segundo Damázio (2005), impedem o desenvolvimento e
provocam repetência e a evasão, ocasionando o fracasso escolar.
BIBLIOGRAFIA
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo e FERREIRA, Josimário
de Paulo – Educação de Pessoas com Surdez – Atendimento
Educacional Especializado em Construção, texto publicado na revista
Inclusão do Ministério da Educação, jan/jul 2010.
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo- Atendimento Educacional
Especializado – Pessoa com Surdez – Formação Continuada a
Distância de Professores para O atendimento Educacional
Especializado – SEESP/SEED/MEC - Brasília/ DF – 2007.